Reflexões a partir da mensagem de um consultor ambiental.
Nossa posição sobre o que é “o ambiental”
“A preservação do ambiente não é um custo, e sim a manutenção de uma ativo permanentemente produtor de riqueza.”
Do LinkedIn:
A mensagem de Flávio Ojidos levanta um ponto central e bastante discutido na relação entre meio ambiente e desenvolvimento: a percepção de que a proteção ambiental é um "entrave" para o crescimento econômico. A partir disso, é possível discorrer sobre diversos aspectos presentes no texto.
1. A dicotomia "ambiente versus desenvolvimento"
O autor critica essa visão de mundo, que eleva a proteção ambiental a um obstáculo. Tradicionalmente, o modelo de desenvolvimento predominante, focado no crescimento industrial e na exploração intensiva de recursos, tendia a ver a natureza como uma fonte inesgotável e a regulação ambiental como um custo desnecessário. No entanto, o texto aponta para uma mudança de paradigma. A ideia de que o desenvolvimento sustentável não apenas é possível, mas também economicamente vantajoso, é o cerne da sua argumentação.
2. A valoração dos "ativos ambientais"
Flávio Ojidos utiliza a linguagem do mercado ("ativo", "valorizado") para enfatizar a riqueza intrínseca do Brasil. Biodiversidade e recursos hídricos não são apenas elementos da natureza, mas também bens com valor crescente em escala global. As "grandes instituições financeiras" que ele menciona indicam que o mercado financeiro e os investidores estão cada vez mais atentos aos riscos e oportunidades relacionados ao meio ambiente (o que se alinha com a agenda ESG - Ambiental, Social e Governança). Proteger esses ativos não é um gasto, mas sim um investimento que pode gerar retornos econômicos no longo prazo, como turismo ecológico, bioprospecção, pagamentos por serviços ambientais, entre outros.
3. Oportunidade e liderança global
A mensagem sugere que o Brasil tem uma oportunidade única de liderar a agenda ambiental global. Ao invés de resistir às pressões internacionais por maior proteção, o país poderia se alinhar a essas "tendências", estabelecer políticas sólidas e usar sua abundância natural como uma vantagem competitiva. Essa abordagem poderia posicionar o Brasil como um líder em bioeconomia e tecnologias verdes, atraindo investimentos, gerando empregos e fortalecendo sua imagem internacional.
4. A inação como prejuízo
Embora não esteja explicitamente no texto, a mensagem sublinha a ideia de que a inação é, por si só, uma forma de prejuízo. Deixar de proteger e gerir os recursos naturais de forma estruturada não só acarreta custos ambientais (desastres naturais, perda de solo, etc.), mas também econômicos, como a perda de mercados que exigem produtos sustentáveis, a dificuldade em atrair investimentos e a perda da oportunidade de liderar em uma nova economia verde.
Em resumo, o post de Flávio Ojidos é um apelo para que o Brasil mude sua perspectiva sobre o meio ambiente, deixando de vê-lo como um obstáculo e abraçando-o como um motor de desenvolvimento e uma fonte de liderança global. A tese central é que a sustentabilidade e o crescimento econômico não são mutuamente exclusivos, mas sim complementares, e que o país tem tudo para se destacar nessa nova realidade.
Extra
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Enquanto os governantes, empresariado e a própria população média pensar no ambiental como um custo e não como um investimento e fonte de geração de riqueza, estaremos, como país, marchando para uma colossal catástrofe ambiental.
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A frase de nossa autoria:
"A preservação do ambiente não é um custo, e sim a manutenção de um ativo permanentemente produtor de riqueza" pode ser julgada como uma perspectiva econômica moderna e estratégica.
Ela é consequência de nossa frase:
“Dos três entes econômicos fundamentais, natureza, trabalho e capital, a natureza é o substrato definitivo, o limitante absoluto, e o único que apresenta irreversibilidades de processos, vide as extinções, portanto, é, sem sombra de qualquer dúvida, o mais importante.”
Análise:
Ponto de Vista Econômico: A frase subverte a visão tradicional que considera a proteção ambiental como um "custo" a ser abatido do lucro. Ela a redefine como um "ativo". Em economia, um ativo é algo que gera valor futuro. Ao tratar o ambiente natural (biodiversidade, recursos hídricos, solos férteis, etc.) como um ativo, a frase implica que sua preservação é um investimento que garante um fluxo contínuo de "riqueza".
Tipos de Riqueza: A riqueza mencionada não se limita apenas à monetária. Inclui:
Riqueza econômica: Produtos e serviços oriundos da natureza (alimentos, água, insumos), turismo ecológico, bioprospecção, sequestro de carbono.
Riqueza social: Qualidade de vida, saúde pública (ar e água limpos), segurança alimentar.
Riqueza de capital natural: A própria capacidade da natureza de se regenerar e fornecer seus serviços ecossistêmicos (polinização, regulação do clima, etc.), que são a base de toda a economia.
Conexão com a Sustentabilidade: A frase está alinhada com os princípios do desenvolvimento sustentável e da economia verde. Ela reconhece que a riqueza gerada a partir da degradação ambiental é insustentável e temporária. Em contrapartida, a riqueza gerada pela preservação é duradoura e resiliente.
Em suma, a frase é um julgamento de valor que reflete uma visão progressista e estratégica sobre a relação entre o ser humano e o meio ambiente. Ela não é apenas uma declaração de princípio, mas um argumento econômico para a conservação. Pode ser considerada um fundamento no contexto atual de discussões sobre desenvolvimento sustentável.
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Rede Social X: @TheEconomist In 1990 28% of Spain was forested; now the proportion is 37% - https://x.com/TheEconomist/status/1026951832596373506
The Growth of Forest Area in Spain 1990-2015 - https://geographyfieldwork.com/Forest-Growth-Spain.htm
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"(Quando um homem)/ (Aquele que) planta árvores sob cuja sombra sabe que nunca haverá de sentar-se, começou então a entender o sentido da vida." - Autor desconhecido
“A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.” - Arthur Schopenhauer
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