sexta-feira, 19 de maio de 2017

Negacionismos - 1


Comentários de Claudio Tognolli, no programa “Morning Show” da Jovem Pan FM, aproximadamente em 03/10/2016.

Que pode ser resumida na passagem:

“Eu acho isso um horror. É a mesma pegada do Al Gore. Esses caras de primeiro mundo desenvolveram seu parque industrial e agora inventam que o aquecimento global só é gerado por conta da industrialização e nós sabemos que o sol tem hiperexpansões a cada seis mil anos. Isso é uma ideologia para que os Brasil e os Brics não desenvolvam o seu parque industrial”. - jovempanfm.uol.com.br


Bom, analisemos os, simplesmente, delírios.

Esqueçamos a discussão aquecimento global antropogênico pelos gases de efeito estufa produzidos ou não pela queima de combustíveis fósseis correlata com a devastação da absorção pela biomassa e posterior sedimentação (UFA!), essa não é a questão direta.

1) O desenvolvimento de um parque industrial não é impedido pela questão gases de efeito estufa, tanto que pode-se desenvolver enorme parque industrial de unidade de produção de energia dita limpa, como a eólica, ou de produção de carros elétricos, ou qualquer indústria de biomassa, como, mesmo com suas patologias, a indústria de biocombustíveis.

2) Exatamente os países desenvolvidos jogaram no mundo em desenvolvimento e países pobres suas indústrias. Até porque um parque industrial não é correlato com desenvolvimento tecnológico, e sim, o desenvolvimento tecnológico permite a exportação inclusive em “escravidão” de um parque industrial. O que mais os países ricos querem é uma indústria limpa.

3) Não, não existe “ciclos do Sol” envolvidos. A latência do calor, com consequente elevação de temperatura da atmosfera e oceanos terrestres não relaciona-se com ciclos do Sol, e sim com a absorbância ao ultravioleta e um tanto de microondas solares e com a diminuição da refletividade da superfície terrestre. A questão é conhecida desde os anos 1900, pelos trabalhos pioneiros de Svante Arrhenius Quem por exemplo mostra e divulga isso muito bem é Neil deGrasse Tyson. Aliás, o que raios é “hiperexpansões”?

4) Uma dica, citar “Máfia Verde”, assim como “Melancias”, como fonte em Astrofísica e Climatologia, é “Lei de Scopie”, e sem muito bom filtro para certas afirmações, algo muito perigoso, mesmo dentro de uma visão - mesmo - libertária em Economia.

5) Não, o doutor Molion não é fonte no campo, sequer argumentação válida. Suas falácias no campo, fora erros até em Termodinâmica, são conhecidos no meio.

6) (De outra parte de seu discurso.) Não será pela industrialização ou não que continuaremos a exportar matérias-primas extrativistas, mas sim pela nossa desesperada necessidade de gerar alguma riqueza exatamente para adquirirmos os bens de valor agregado que, desde, necessitamos até simplesmente desejamos que as nações ricas produzem. E tal é independente de adotarmos ou não economias de baixo carbono. Mesmo com a exportação de indústrias
Acréscimos
Vide o caso clássico, fruto da industrialização exportada, da Union Carbide e a tragédia de Bhopal - pt.wikipedia.org - Desastre de Bhopal

MÁFIA VERDE : o ambientalismo a serviço do Governo Mundial; Coordenação:Lorenzo Carrasco, Ed. EIR, 2001

Um texto sobre o livro:

Destaco:

“Para os leitores que gostam de teoria da conspiração, "Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial" é um prato cheio. Mas cheio de ar, é bom frisar e, ainda assim, convidativo”

Recomendamos: Efeito Estufa - Scientia

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Pequenas notas ambientais - 2



1


“Arpocalipse” (inglês “airpocalypse”), amálgama de “ar” e “apocalipse”, termo cunhado para definir uma situação de tal nível de poluição atmosférica que torna extremamente difícil a vida de populações, especificamente a princípio para regiões da China, Esta situação conduz ao conceito de “refugiados da poluição”, que são moradores das regiões afetadas deixando as cidades para fugir da poluição e evitar os riscos à saúde.


Referências

'Arpocalipse' na China: poluição coloca meio bilhão de pessoas em alerta vermelho; 21 dezembro 2016 - www.bbc.com


Photos of China's 'Airpocalypse' — where industrial smog makes the country a living hell for half a billion people; Louise Liu; Dec. 22, 2016. - www.businessinsider.com


ED FLANAGAN; Millions in China Learn to Live With Smog ‘Airpocalypse’; JAN 7 2017 - www.nbcnews.com


Damian Carrington; ‘Airpocalypse’ smog events in China linked to melting ice cap, research reveals; 15 March 2017 - www.theguardian.com


Tom Phillips; Smog refugees flee Chinese cities as 'airpocalypse' blights half a billion; 21 December 2016 - www.theguardian.com

Ligações externas

Site e Aplicativo que informa sobre o fenômeno: www.airpocalypseapp.com

Resultado de imagem para airpocalypse
The Telegraph


2


Qiang Zhang, et al; Transboundary health impacts of transported global air pollution and international trade - www.nature.com


Resumo (editado)

Milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças causadas pela exposição à poluição atmosférica. Alguns estudos têm estimado mortalidade prematura relacionada a fontes locais de poluição atmosférica, mas a qualidade do ar local também pode ser afetada pelo transporte atmosférico de poluição de fontes distantes.

O comércio internacional está contribuindo para a globalização das emissões e da poluição como resultado da produção de bens (e suas emissões associadas) em uma região para o consumo em outra região. Os efeitos do comércio internacional sobre as emissões de poluentes atmosféricos, a qualidade do ar e a saúde têm sido investigados a nível regional, mas não existe uma avaliação global combinada dos impactos para a saúde relacionados com o comércio internacional e o transporte de poluição atmosférica.

Aqui, combinamos quatro modelos globais para estimar a mortalidade prematura causada pela poluição por partículas finas (PM2.5) como resultado do transporte atmosférico e da produção e consumo de bens e serviços em diferentes regiões do mundo.

Descobrimos que, dos 3,45 milhões de mortes prematuras relacionadas à poluição por PM2,5 em 2007, cerca de 12% (411.100 mortes) foram relacionadas a poluentes atmosféricos emitidos em uma região do mundo diferente daquela em que ocorreu a morte e cerca de 22% (762.400 mortes) estavam associados a bens e serviços produzidos em uma região para consumo em outra.

Por exemplo, a poluição por PM2.5 produzida na China em 2007 está ligada a mais de 64.800 mortes prematuras em regiões que não a China, incluindo mais de 3.100 mortes prematuras na Europa Ocidental e nos EUA; por outro lado, o consumo na Europa Ocidental e nos EUA está associado a mais de 108.600 mortes prematuras na China.

Nossos resultados revelam que os impactos transfronteiriços da poluição de PM2.5 associados ao comércio internacional são maiores do que os associados ao transporte de poluentes atmosféricos de longa distância.
Somos "força geológica".


Já não há fluido na Terra que pela escala de soluto, não mostre homogeneamente nossa ação.

3


Tenho insistido nos últimos anos que o Brasil configura-se como “uma colossal catástrofe ambiental em andamento", e garanto que tal não é uma histeria do tipo "melancia" ou “eco-xiita”.

O tema é de tal importância que tomo a coragem de repetir na íntegra o conteúdo da matéria:


Mata Atlântica volta a crescer, mas desmatamento avança no Brasil; 29/04/2017 - g1.globo.com


País perdeu 190 mil km2 de florestas em 16 anos. Os dados são do maior mapeamento das áreas de mata e florestas já feito no Brasil.


O maior mapeamento das áreas de mata e florestas já feito no Brasil trouxe uma boa notícia para o meio ambiente: a Mata Atlântica está renascendo. Mas o estudo revelou também um dado preocupante: o desmatamento está avançando de forma acelerada em todo país.


O único país do mundo com nome de árvore está perdendo a guerra contra o desmatamento.


Em apenas 16 anos, o Brasil perdeu aproximadamente 190 mil quilômetros quadrados de florestas, o equivalente a quatro vezes o estado do Rio de Janeiro.


Destaque para os manguezais, berço e refúgio de várias espécies marinhas, a vegetação de mangue ficou 20% menor, principalmente na região Nordeste, por causa da expansão das cidades e dos aterros.


No Pantanal, o avanço das pastagens reduziu em 13% a área verde da maior planície alagada do mundo.


No Cerrado, 66 mil quilômetros quadrados de vegetação que desapareceram. Três vezes o estado de Sergipe.


Na Amazônia, uma área ainda maior: 170 mil quilômetros quadrados de floresta o equivalente ao território do Uruguai.


Na contramão de tanto desmatamento, o único bioma que registrou aumento da área verde foi a Mata Atlântica. Em 16 anos, ganhamos quase uma Bélgica de novas florestas.


Destaque para os estados do Rio de Janeiro (18%), São Paulo (13%) e Paraná (11%).
O JN foi a pouco mais de 100 quilômetros do Centro do Rio, numa das áreas onde mais foram plantadas mudas de espécies nativas da Mata Atlântica nos últimos anos. As árvores maiores foram plantadas há 5 anos. Na nova geração, as mudas foram plantadas há apenas um ano. É assim que nasce uma floresta.


Quatrocentas mil árvores já foram plantadas na reserva ecológica de Guapiaçu. A ONG que mantém o projeto já regenerou uma área equivalente a 250 campos de futebol onde antes havia terra degradada por pastos.


E olha só quem anda circulando pela nova floresta. O lugar virou refúgio de onças. Numerosas famílias de porcos do mato e de quatis.


O projeto é de um inglês, apaixonado pela Mata Atlântica, que adotou o Brasil como país do coração.


“Nós estamos deixando um legado ambiental para a nova geração”, diz o criador do projeto.
Sementes que não são plantadas só na terra.


“Várias partes do nosso Brasil já estão sendo desmatadas e aonde a gente está tentando plantar mais, a gente está salvando”, conta uma participante do projeto.

4


Impressionante que num período de tempo, podemos ter a mesma necessidade de reproduzir matérias jornalísticas relacionadas à questões ambientais nas terras brasileiras.

Antes de mais uma vez copiar uma excelente reportagens de outros, devo alertar que correm boatos (seriam?) entre profissionais relacionados à área ambiental que diversas prefeituras pelo país tomaram capital de investimento para construção e implantação de aterros sanitários e apenas travestiram de tecnologia e “seriedade” lixões.

Brasil tem quase 3 mil lixões ou aterros irregulares, diz levantamento

Apesar da lei que acabou com lixões, vazadouros funcionam normalmente.
Lixões impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros.


Edição do dia 08/05/2017 - g1.globo.com


O Brasil ainda despeja 30 milhões de toneladas de lixo por ano, de forma inadequada, expondo os cidadãos ao risco de doenças. E isso apesar da lei que determinou o fim dos lixões.
Corta, descasca, abre a embalagem, joga fora os restos, espreme, corta mais, descasca mais, abre outra embalagem. Quantas vezes essas cenas se repetem por dia em milhões de lares brasileiros? Como na casa de dona Rita. Depois de preparar o almoço da família, ela coloca o lixo para fora.


“A minha responsabilidade é de colocar de casa para fora. Depois que tiver na rua, a responsabilidade já é do carro do lixo, de pegar e levar”, diz a dona de casa Rita Amélia da Silva.


O problema é que dona Rita mora em Alagoas, o estado recordista em volume de lixo no lugar errado. Mais de 95% dos resíduos produzidos em Alagoas são abandonados a céu aberto.


Na Bahia, o recorde é no número de lixões, o maior do país: são mais de 300 vazadouros em situação irregular.
Brasília só tem um lixão: a 20 quilômetros do centro da capital do país, que recebe quase 80% do lixo produzido no Distrito Federal.


Em São Paulo, o estado mais populoso e rico do Brasil, a maior parte do lixo vai para o lugar certo: os aterros sanitários. Mas 14 mil toneladas de resíduos sólidos ainda vão para lixões diariamente.


Em um dos maiores lixões do estado do Rio de Janeiro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, tem uma extensa área coberta de lixo e entulho nas proximidades da Baía de Guanabara e dos rios que atravessam a região. Todo esse despejo é irregular. Há ainda o agravante desse material ir se acumulando sobre a vegetação de mangue, que é protegida por lei.


De acordo com o levantamento inédito feito pela Abrelpe, Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública, o Brasil tem hoje quase 3 mil lixões ou aterros irregulares que impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros.


“Num momento de crise, os municípios precisam ter a inteligência e a criatividade de dar uma solução para esta questão da gestão de resíduos sólidos, que é uma questão diária”, destaca o diretor presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.
Sessenta e cinco por cento dos municípios não têm receita específica para cuidar do lixo, uma atribuição das prefeituras.


“Eu acho que cabe a cada gestor público um debate com a sua comunidade local mostrando a importância de se ter uma verba adequada para poder fazer a destinação final do lixo”, afirma o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette.


O Congresso Nacional está discutindo um novo prazo para acabar com os lixões no Brasil.