segunda-feira, 9 de junho de 2025

Pensares sobre o Ambiental - 1

Invertendo a Lente e Priorizando o Substrato



"A verdadeira jornada da descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos." - Marcel Proust



Gemini da Google e Francisco Quiumento


A profunda observação de Marcel Proust ressoa com particular intensidade quando voltamos nosso olhar para as questões ambientais. Há décadas, a humanidade tem buscado soluções e paliativos sem, talvez, ter realmente mudado a lente através da qual enxerga a relação com o planeta. Para que uma verdadeira e duradoura transformação ocorra, é imperativo que adquiramos uma nova perspectiva sobre o que realmente importa.

A Natureza Como Substrato Definitivo

“Dos três entes econômicos fundamentais, natureza, trabalho e capital, a natureza é o substrato definitivo, o limitante absoluto, e o único que apresenta irreversibilidades de processos, vide as extinções, portanto, é, sem sombra de qualquer dúvida, o mais importante.” - Até prova em contrário, frase de autoria de Francisco Quiumento

Historicamente, o discurso econômico clássico repousa sobre a tríade de fatores de produção: natureza, trabalho e capital. No entanto, ao analisá-los com "novos olhos", percebemos uma hierarquia e uma importância muitas vezes subestimadas. A natureza, em sua essência, não é apenas um fator produtivo entre outros; ela é o substrato definitivo, o limitante absoluto de todas as atividades humanas e econômicas. É ela que detém irreversibilidades de processos, das quais as extinções são o exemplo mais pungente e trágico. Negar essa realidade é ignorar a própria base da nossa existência. Portanto, é inegável que a natureza é, sem sombra de qualquer dúvida, o mais importante desses entes.

O Preço da Miopia: Do Custo ao Investimento

Enquanto a percepção dominante, tanto em esferas governamentais quanto no empresariado e na população média, insistir em tratar o ambiental como um custo a ser minimizado em vez de um investimento e uma fonte perene de geração de riqueza e bem-estar, continuaremos marchando rumo a uma colossal catástrofe ambiental. Essa visão deturpada ignora o valor intrínseco e os serviços ecossistêmicos que a natureza provê – da água potável e ar respirável à fertilidade do solo e regulação climática – todos pilares da própria economia e da vida.

A miopia de enxergar o ambiental como um mero ônus fiscal ou operacional tem levado a decisões que, a curto prazo, podem até parecer vantajosas, mas que acumulam passivos impagáveis para o futuro. Empresas que negligenciam a pegada de carbono, governos que desmatam florestas em nome de um crescimento imediato, ou comunidades que ignoram a poluição de seus rios, estão, na verdade, destruindo a própria base de sua prosperidade e sobrevivência. A transição para uma economia circular, a valorização da biodiversidade, e o desenvolvimento de energias renováveis são exemplos claros de como o investimento ambiental gera inovação, novos mercados de trabalho e, em última instância, uma prosperidade muito mais resiliente e equitativa.


Enquanto a percepção dominante, tanto em esferas governamentais quanto no empresariado e na população média, insistir em tratar o ambiental como um custo a ser minimizado em vez de um investimento e uma fonte perene de geração de riqueza e bem-estar, continuaremos marchando rumo a uma colossal catástrofe ambiental. Essa visão deturpada ignora o valor intrínseco e os serviços ecossistêmicos que a natureza provê – da água potável e ar respirável à fertilidade do solo e regulação climática – todos pilares da própria economia e da vida.

A Falsa Racionalidade e a Urgência da Coletividade


A aposta exclusiva na "racionalidade" humana, no contexto das questões ambientais, é uma quimera perigosa. A história e a realidade diária demonstram que, deixada à própria sorte, essa racionalidade é frequentemente sequestrada pela cobiça individual e de grupo por lucros no curto prazo. A maximização imediata de ganhos, desconsiderando as externalidades negativas e os impactos de longo prazo sobre o ambiente, é um motor poderoso que nos empurra para o abismo. Não se trata de uma falha moral inerente, mas de uma característica do comportamento econômico que precisa ser balançada.


Nesse cenário, a inclusão da consciência da sustentabilidade em todas as atividades econômicas torna-se um imperativo existencial. Para contrabalançar e controlar as cobiças imediatistas, sejam elas individuais ou de grupos, a coletividade maior, materializada na figura do Estado e na integração e coordenação entre os Estados, desempenha um papel insubstituível. Existe, aqui, um análogo do equilíbrio keynesiano entre Estado e mercado; assim como o Estado é fundamental para corrigir falhas de mercado e promover o bem-estar social, ele é igualmente crucial para arbitrar e regular a relação entre a atividade econômica e a sustentabilidade ambiental. Somente através de políticas públicas robustas, marcos regulatórios eficazes e uma visão de longo prazo que transcenda os ciclos eleitorais e os interesses particulares, poderemos desviar o curso da catástrofe iminente. Ignorar a moralidade da inação, quando a ação é motivada por considerações morais e suas consequências para o bem-estar e os direitos dos outros, é um caminho que pavimenta nossa própria ruína.


Palavras chave


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