quinta-feira, 10 de julho de 2025

Microplásticos - 14 - Águas doces e gelo

 Tradução e ampliação de: en.wikipedia.org - Microplastics 

Núcleos de gelo


Microplástico encontrado em amostras de gelo retiradas da Passagem Noroeste é mostrado em uma tela como parte de uma expedição de quebra-gelo de 18 dias que ocorreu em julho e agosto de 2019 na Passagem Noroeste, em uma imagem estática tirada de um vídeo distribuído pela REUTERS em 14 de agosto de 2019. Projeto/Câmera da Passagem Noroeste: Duncan Clark. [Green, 2019] 



A poluição plástica já foi registrada nas águas superficiais e sedimentos da Antártida, bem como no gelo marinho do Ártico,[Obbard, 2014] mas em 2009, pela primeira vez, o plástico foi encontrado no gelo marinho da Antártida, com 96 partículas microplásticas de 14 tipos diferentes de polímeros em um núcleo de gelo coletado do leste da Antártida.[Kelly, 2020] Tamanhos de partículas relativamente grandes no gelo marinho da Antártida sugerem fontes locais de poluição. 

 

Para o Ártico, núcleos de gelo foram coletados de gelo marinho isolado e à deriva para distinguir entre o arrastamento local de microplásticos e o transporte de longa distância. Concentrações médias de 2 x 106 partículas m-3 em gelo compacto e 6 x 105 partículas m-3 em gelo isolado foram detectadas. Onze tipos diferentes de polímeros tem sido identificados, sendo o polietileno (PE) o mais abundante. Resultados preliminares de quatro núcleos de gelo adicionais da cordilheira central do Ártico apresentaram escala semelhante, mas com composição de microplásticos muito diferente. O cálculo das trajetórias de deriva por meio do rastreamento retroativo dos blocos de gelo amostrados indica múltiplas áreas de origem, o que explica as diferenças na composição de microplásticos. Análise preliminar de amostras de neve coletadas de blocos de gelo no Estreito de Fram mostrou numerosas fibras de origem ainda desconhecida, mas provavelmente antropogênica, indicando precipitação atmosférica como uma possível via. Estes resultados excedem as concentrações do Pacífico Norte em várias ordens de magnitude, o que pode ser explicado, em parte, pelo processo de formação do gelo, durante o qual as partículas (orgânicas) tendem a se concentrar em 1 a 2 ordens de grandeza em comparação com a água do mar daquele ambiente. No entanto, a magnitude da diferença indica que o gelo marinho do Ártico é um reservatório temporário de microplásticos. Quantidades crescentes de pequenos resíduos plásticos no fundo do mar próximo, localizado na zona de gelo marginal, corroboram a noção de que o derretimento do gelo marinho libera partículas plásticas arrastadas e que o gelo marinho atua como um vetor de transporte horizontal e vertical para os compartimentos ecossistêmicos subjacentes.[Bergmann, 2017] 


A abundância de microplásticos nas águas superficiais subjacentes aos blocos de gelo tem apresentados valores de 0–18 partículas m−3, sendo de ordens de magnitude menor do que as concentrações de microplásticos nos núcleos de gelo marinho, 2–17 partículas L−1.[Kanhai, 2020]

A contaminação por microplásticos é uma preocupação crescente no ambiente marinho, com sua ocorrência em fiordes árticos demandando maior compreensão. Um estudo conduzido no verão de 2017 no Rijpfjorden, norte de Svalbard, investigou a abundância, composição e distribuição de microplásticos na água superficial (0-0,4 m de profundidade) e na coluna d'água (0-200 m). Utilizando a técnica de imagem química por infravermelho direto a laser, foram identificadas 1010 partículas microplásticas e 14 mesoplásticos. A abundância de microplásticos maiores que 300 µm foi consistentemente baixa (0,15 ± 0,19 n/m³ na água superficial e 0,15 ± 0,03 n/m³ na coluna d'água), composta por 10 tipos de polímeros, com predominância de poliuretano, polietileno, acetato de polivinila, poliestireno, polipropileno e verniz alquídico. Acredita-se que atividades históricas de navios e o gelo marinho recentemente derretido sejam as principais fontes desses microplásticos no Rijpfjorden, indicando uma relação direta com as dinâmicas glaciais e a presença humana no Ártico. Embora os níveis de contaminação acima de 300 µm sejam relativamente baixos em comparação com outras águas polares, a necessidade de mais pesquisas sobre a origem e o destino de microplásticos menores que 300 µm nos fiordes árticos permanece crucial.[Bao, 2022] 


Foram encontrados microplásticos no gelo marinho da Baía de Novik, Mar do Japão,[Chubarenko, 2022] assim como no gelo sazonal do norte do Mar Báltico.[Reineccius, 2024] 

 

Trabalhos posteriores evidenciaram dezenove tipos de polímeros foram encontrados em todas as amostras, com uma concentração média de 44,8 (± 50,9) partículas·L-1. A abundância e a composição variaram com o tipo de gelo e a localização geográfica. O gelo compacto exibiu concentrações de partículas significativamente maiores do que o gelo firme, sugerindo fontes de poluição em oceano aberto. Os núcleos de gelo marinho de inverno tiveram significativamente mais MPs do que os núcleos perfurados na primavera e no verão, sugerindo que os processos de formação de gelo desempenham um papel na incorporação de partículas. Partículas menores dominaram as amostras. Polietileno (PE) e polipropileno (PP) foram os polímeros mais comuns, espelhando aqueles mais identificados em habitats marinhos. Concentrações médias mais elevadas de MP no gelo marinho em desenvolvimento durante o outono e o inverno, contrastando com os níveis mais baixos observados na primavera e no verão, sugerem que condições turbulentas e taxas de crescimento mais rápidas são provavelmente responsáveis ​​pela maior incorporação de partículas. A contaminação por MP no Oceano Antártico provavelmente provém de fontes locais e distantes. No entanto, a circulação de águas profundas e o transporte de longa distância provavelmente contribuem para o acúmulo de MP em giros regionais, litorais e sua eventual incorporação ao gelo marinho. Além disso, as variações sazonais do gelo marinho provavelmente influenciam as composições regionais de polímeros, refletindo a composição de MP das águas subjacentes. [Kelly, 2024]

Água doce


Os produtos plásticos são amplamente utilizados, com uma produção anual de 348 milhões de toneladas, das quais estima-se que 8,8 milhões de toneladas entrem em cursos d'água e no oceano a cada ano.[McCallum, 2021] Para contextualizar, isso equivale a um caminhão basculante despejando uma carga no oceano a cada minuto de cada dia, a cada ano.[Parker, 2020] As principais fontes de microplásticos em ecossistemas de água doce incluem lixo plástico descartado de forma inadequada, matérias-primas industriais, itens de higiene pessoal e tecidos sintéticos. A dependência contínua do plástico para uma imensa quantidade de produtos de consumo, muitos dos quais descartáveis, resulta em seu influxo contínuo para ambientes aquáticos, para os quais se dirigem de diversas maneiras, sendo as fontes mais prováveis através de esgoto doméstico ou resíduos industriais.[Akdogan, 2019] No caso das águas doces, a forma mais comum de microplástico encontrada no ambiente são as fibras liberadas de roupas sintéticas em máquinas de lavar. Pesquisas estimam que 1.900 fibras por peça podem sair durante a lavagem e ser liberadas em ambientes aquáticos e terrestres por meio de efluentes de águas residuais.[Browne, 2011][Akdogan, 2019] Outra grande fonte de microplásticos são as atividades antropogênicas, incluindo o descarte de lixo e o processo de coleta e descarte de resíduos. Itens plásticos podem entrar no ecossistema aquático por meio da dispersão pelo vento ou do escoamento superficial.[Akdogan, 2019] No entanto, remover o plástico do meio ambiente não é tão fácil quanto levá-lo a rios, lagos e outros corpos d'água.[Li, 20] 


Os plásticos representam uma preocupação genuína para a gestão da saúde dos ecossistemas de água doce devido às suas concentrações crescentes e ao impacto que exercem sobre os organismos aquáticos.[Holland, 2016] Embora os plásticos se decomponham no ambiente natural, ao encontrarem condições frias e anóxicas (sem oxigênio) encontradas em ambientes aquáticos, sua degradação diminui consideravelmente e eles podem permanecer no ambiente por séculos.[McCallum, 2021]  



Microplásticos em suspensão em água doce.[McCallum, 2021]


Uma vez que os microplásticos atingem um ambiente aquático, seu destino depende da densidade, composição e formato do plástico. Alguns microplásticos podem afundar nos sedimentos do fundo do oceano, enquanto outros permanecem suspensos na coluna d'água e encontrados ao longo da costa. Grandes tempestades podem ressuspender partículas densas, tornando-as disponíveis para consumo por organismos aquáticos ou para posterior degradação.[Anderson, 2016] 


Pode ser difícil rastrear onde os microplásticos irão parar, pois seu transporte é fortemente influenciado pelos padrões de vento, escoamento superficial e inundações, que são forças climáticas variáveis​.[Zhang, 2017] Fatores como tempo de retenção, vazão e variações sazonais influenciam sua permanência em ecossistemas de água doce , levando, em última análise, ao seu transporte pelas redes fluviais. Os polímeros mais perigosos identificados são PUR, PAN, PVC, resina epóxi e ABS.[Upadhyay, 2024] 


Microplásticos foram encontrados em sedimentos por toda a coluna d'água, na linha costeira, nos sistemas digestivo, respiratório e tecidos de organismos aquáticos.[Anderson, 2016] Pesquisas focadas em organismos em ecossistemas de água doce encontraram resíduos plásticos presentes na dieta em algas verdes e no zooplâncton.[Holland, 2016]  

 

Microplásticos foram amplamente detectados em ambientes aquáticos do mundo.[Wagner, 2014][Anderson, 2016][Helcoski, 2020][Bhardwaj, 2024] O primeiro estudo sobre microplásticos em ecossistemas de água doce foi publicado em 2011, que encontrou uma média de 37,8 fragmentos por metro quadrado de amostras de sedimentos do Lago Huron. Além disso, estudos descobriram que MP (microplástico) está presente em todos os Grandes Lagos com uma concentração média de 43.000 partículas MP km−2.[Ivleva, 2017] Microplásticos também foram detectados em ecossistemas de água doce fora dos Estados Unidos, por exemplo, em 2019, um estudo conduzido na Polônia mostrou que o microplástico estava presente em todos os 30 lagos estudados da região lacustre da Masúria com densidade de 0,27 a 1,57 partículas por litro.[Pol, 2023] No Canadá, um estudo de três anos encontrou uma concentração média de microplástico de 193.420 partículas km−2 no Lago Winnipeg. Nenhum dos microplásticos detectados eram micropelotas ou esferas e a maioria eram fibras resultantes da decomposição de partículas maiores, tecidos sintéticos ou precipitação atmosférica.[Anderson, 2017] A maior concentração de microplástico já descoberta em um ecossistema de água doce estudado foi registrada no rio Reno com 4000 partículas MP kg−1.[Redondo-Hasselerharm, 2018] 


Em 2020, microplásticos foram detectados em sistemas de água doce, incluindo pântanos, córregos, lagoas, lagos e rios na Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e Austrália.[Eerkes-Medrano, 2015][Helcoski, 2020] Amostras coletadas em 29 afluentes dos Grandes Lagos de seis estados dos Estados Unidos continham partículas de plástico, 98% das quais eram microplásticos variando em tamanho de 0,355 mm a 4,75 mm.[Baldwin, 2016] Da mesma forma, eles foram encontrados em altas montanhas, a grandes distâncias de sua origem,[The Guardian, 2021] podendo, então, contaminar massas de neves e geleiras e posteriormente formarem pelo degelo nova contaminação nos rios abastecidos por essa fonte de suas águas.[Villanova-Solano, 2023][Wen, 2024] A contaminação já atingiu as maiores altitudes da terra, mesmo em regiões relativamente isoladas, como mostram evidências próximas ao cume do Everest.[Wilkinson, 2020] 

Bacias hidrográficas


Aglomerados populacionais, como cidades, vilas e áreas rurais são pontos críticos de emissão de microplásticos cada vez mais importantes, e as atividades sociais e econômicas, produções e estilos de vida na área das bacias hidrográficas têm impactos significativos na distribuição de microplásticos, com a urbanização intensificando o processo, com os aportes fluviais sendo uma importante fonte de microplásticos no sistema bacia hidrográfica-estuário-marítimo, com os sedimentos fluviais afetados principalmente pelas condições naturais e escala das atividades humanas e nível de urbanização, como no caso da bacia hidrográfica a montante da Baía de Laizhou.[Shi, 2022]  


A maioria dos estudos sobre microplásticos em água doce investiga a presença de microplásticos em riachos e rios abaixo de efluentes de esgoto e efluentes industriais, mas crescem as investigações sobre a distribuição de microplásticos em águas superficiais, incluindo nascentes e córregos primários, localizados em pequenas bacias hidrográficas cársticas urbanas, com e sem fontes de tratamento de águas residuais, sendo casos as bacias no Texas, Estados Unidos, em Waco, no Rio Brazos, ou em San Marcos, ou a jusante, no Rio San Marcos.[Stovall, 2022] Microplásticos tem sido caracterizados em sedimentos fluviais ao longo da bacia hidrográfica do Rio Meramec (leste do Missouri, Estados Unidos).[Baraza, 2022] 

  

Pesquisadores da Western Carolina University, da Highlands Biological Station e da Virginia Tech encontraram microplásticos na bacia hidrográfica de Richland Creek, no oeste da Carolina do Norte. 90% dos microplásticos eram fibras, em grande parte atribuídas a roupas, escoamento urbano e deposição atmosférica.[Duvall, 2023][Atwater, 2024][CWFNC, 2025] 

   

Foram identificados microplásticos ao longo das áreas de confluência na bacia do Rio Paraíba do Sul, o maior rio do sudeste do Brasil, que atravessa áreas altamente industrializadas, com a maior densidade populacional e a maior demanda de água da América do Sul.[Costa, 2023] 

  

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