terça-feira, 16 de setembro de 2025

Desertificação no Brasil: Um Desafio Urgente

A desertificação é um processo complexo que afeta a capacidade produtiva dos solos em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultando na perda de biodiversidade, escassez de água e empobrecimento das comunidades. No Brasil, esse fenômeno é uma realidade preocupante, especialmente em biomas como a Caatinga e partes do Cerrado, onde o clima e as atividades humanas contribuem para a degradação da terra.



Área no Piauí. - www.brasildefato.com.br 

O Que Causa a Desertificação?

As causas da desertificação são uma combinação de fatores naturais e antrópicos:

  • Variações Climáticas: Períodos de seca prolongada e chuvas irregulares, intensificados pelas mudanças climáticas, ressecam o solo e dificultam a recuperação da vegetação.

  • Manejo Inadequado do Solo: Técnicas agrícolas que não consideram a sustentabilidade do solo, como o monocultivo intensivo, o uso excessivo de agrotóxicos e a ausência de rotação de culturas, esgotam os nutrientes e compactam a terra.

  • Desmatamento e Queimadas: A retirada da vegetação nativa, seja para expansão agrícola, pecuária ou extração de madeira, expõe o solo à erosão pelo vento e pela água, acelerando a perda de sua camada fértil. As queimadas, além de destruírem a flora e a fauna, mineralizam o solo, tornando-o improdutivo.

  • Pastoreio Excessivo: A criação intensiva de gado sem o manejo adequado da pastagem leva à compactação do solo e à diminuição da cobertura vegetal, deixando-o vulnerável à degradação.

  • Expansão Urbana Desordenada: O crescimento das cidades sem planejamento adequado pode levar à impermeabilização do solo e à sobrecarga dos recursos hídricos.

Impactos da Desertificação

Os impactos da desertificação são devastadores e abrangem diversas esferas:

  • Ambientais: Perda de biodiversidade, escassez de água, aumento da poeira no ar, elevação da temperatura local e intensificação dos eventos climáticos extremos.

  • Sociais: Deslocamento de populações, insegurança alimentar, aumento da pobreza, conflitos por terra e água, e problemas de saúde relacionados à poeira e à má qualidade da água.

  • Econômicos: Diminuição da produtividade agrícola e pecuária, perda de terras férteis para cultivo, dependência de auxílios governamentais e redução do potencial turístico.

Como Combater a Desertificação?

A luta contra a desertificação exige uma abordagem multifacetada e a colaboração de diversos setores da sociedade:

  • Manejo Sustentável do Solo: Implementar práticas agrícolas conservacionistas, como plantio direto, rotação de culturas, adubação verde e terraceamento, para proteger o solo da erosão e manter sua fertilidade.

  • Recuperação de Áreas Degradadas: Promover o reflorestamento com espécies nativas, especialmente em áreas de nascentes e matas ciliares, para restaurar a cobertura vegetal e a capacidade hídrica do solo.

  • Uso Racional da Água: Adotar tecnologias de irrigação eficientes, como a irrigação por gotejamento, e promover a captação e o armazenamento de água da chuva.

  • Educação Ambiental: Conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental e as consequências da desertificação, incentivando a participação em ações de conservação.

  • Políticas Públicas Eficazes: Desenvolver e implementar leis e programas que incentivem práticas sustentáveis, fiscalizem o uso do solo e apoiem as comunidades afetadas.

  • Incentivo à Pesquisa: Fomentar estudos e tecnologias que contribuam para o diagnóstico, monitoramento e combate à desertificação.

A desertificação é um problema que afeta milhões de pessoas e ecossistemas. No Brasil, precisamos agir agora para proteger nossas terras, garantir a segurança alimentar e hídrica e assegurar um futuro mais sustentável para todos.

Regiões Brasileiras Mais Afetadas pela Desertificação

No Brasil, o processo de desertificação é mais acentuado em áreas de clima semiárido, árido e subúmido seco, com destaque para o Nordeste e algumas porções do Sudeste e Norte de Minas Gerais. O bioma mais suscetível e já bastante impactado é a Caatinga, um ecossistema adaptado a condições de seca, mas que sofre intensamente com a degradação antrópica.

Cerca de 15% do território brasileiro está sob risco de desertificação, o que corresponde a uma área superior à do estado do Ceará, com aproximadamente 1,4 mil municípios vulneráveis. Os estados com maior número de municípios em área de risco são:

  • Bahia: com 291 municípios.

  • Piauí: com 217 cidades, sendo que cerca de 71% do seu espaço agrário já está comprometido pela infertilidade do solo.

  • Paraíba: com 209 municípios.

Existem também Núcleos de Desertificação onde o processo é mais grave e avançado, como:

  • Seridó (RN/PB)

  • Cariris Velhos (PB)

  • Inhamuns (CE)

  • Gilbués (PI)

  • Sertão Central (PE)

  • Sertão do São Francisco (BA)

Além do Nordeste, com cerca de 13% do semiárido já afetado pelo fenômeno, o equivalente a 126 mil km², área comparável ao tamanho da Grécia, o fenômeno da arenização é notável na Região Sul, especialmente na Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Embora o clima seja úmido, a fragilidade natural dos solos arenosos e o uso intensivo da agricultura contribuíram para a formação de áreas improdutivas.

Iniciativas e Ações de Combate à Desertificação no Brasil

O Brasil, como signatário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), tem se empenhado em desenvolver políticas e programas para enfrentar esse desafio. A principal ferramenta é o Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB Brasil), que foi atualizado e está em constante aprimoramento.

As iniciativas se baseiam em cinco eixos temáticos principais:

  1. Governança e Fortalecimento Institucional: Visa aprimorar a coordenação entre os diferentes níveis de governo e fortalecer as instituições envolvidas na questão.

  2. Pesquisa, Inovação e Gestão da Informação: Incentiva o desenvolvimento de estudos, tecnologias e a criação de redes de pesquisadores para monitorar e propor soluções.

  3. Melhoria das Condições de Vida da População Afetada: Busca promover a segurança alimentar, a geração de renda e a inclusão social das comunidades que vivem nas áreas mais atingidas.

  4. Gestão Sustentável para a Neutralização da Degradação da Terra: Foca na implementação de práticas que recuperem solos degradados e previnam a desertificação.

  5. Adaptação às Mudanças Climáticas e Mitigação dos Efeitos da Seca: Integra as ações de combate à desertificação com as estratégias de adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças do clima.

Algumas ações e programas específicos incluem:

  • Programas de Recuperação de Áreas Degradadas: Focados no reflorestamento com espécies nativas, especialmente em áreas de nascentes e matas ciliares.

  • Incentivo a Sistemas Agroflorestais (SAFs): Combinam árvores com cultivos agrícolas e criação de animais, promovendo a biodiversidade, a conservação do solo e a geração de renda.

  • Tecnologias Sociais para Convivência com o Semiárido: Desenvolvidas e disseminadas por organizações como a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), incluem:

    • Cisternas: Para captação e armazenamento de água da chuva.

    • Barragens subterrâneas e barraginhas: Estruturas para reter água no subsolo.

    • Manejo Sustentável da Caatinga: Que valoriza o uso racional dos recursos do bioma.

    • Quintais Produtivos: Promovem a diversificação da produção para consumo próprio e comercialização.

  • Projetos de Monitoramento: Utilizam dados de satélite e outras ferramentas para mapear as áreas degradadas e acompanhar o avanço da desertificação, como os estudos do MapBiomas.

  • Apoio a Pequenos Produtores e Comunidades Locais: Através de programas que fortalecem a agricultura familiar e incentivam práticas sustentáveis.

  • Campanhas de Conscientização e Educação Ambiental: Para engajar a sociedade no combate à desertificação e na adoção de hábitos mais sustentáveis.

Essas iniciativas, aliadas à pesquisa científica e à colaboração entre governo, sociedade civil e setor privado, são essenciais para reverter o quadro de degradação e construir um futuro mais resiliente para as regiões afetadas.

Dificuldades e Desafios no Combate à Desertificação no Brasil

Combater a desertificação no Brasil é uma tarefa complexa que enfrenta diversos obstáculos, que vão desde questões climáticas e geográficas até socioeconômicas e políticas.

  • Fatores Climáticos e Naturais:

    • Irregularidade das chuvas: A característica semiárida de grande parte das regiões afetadas, com chuvas escassas e irregulares, dificulta a recuperação natural da vegetação e dos solos.

    • Altas temperaturas e ventos fortes: Contribuem para a evaporação da água, ressecamento do solo e erosão eólica, especialmente em áreas desmatadas.

    • Solos naturalmente frágeis: Muitos solos do semiárido são rasos, pedregosos e com baixa capacidade de retenção de água e nutrientes, o que os torna mais suscetíveis à degradação.

  • Desafios Socioeconômicos:

    • Pobreza e baixa renda: Comunidades rurais, muitas vezes dependentes da agricultura de subsistência, podem não ter recursos ou conhecimento para adotar práticas de manejo sustentável. A necessidade imediata de sobreviver pode levar à exploração insustentável dos recursos naturais.

    • Êxodo rural: A desertificação expulsa as pessoas de suas terras, agravando problemas sociais nas áreas urbanas e descapitalizando o campo, perdendo mão de obra e conhecimento tradicional.

    • Falta de acesso à tecnologia e informação: Pequenos produtores nem sempre têm acesso a tecnologias adaptadas ao semiárido ou a informações sobre boas práticas agrícolas.

    • Dificuldade de implementação de políticas públicas: A fragmentação das ações governamentais, a burocracia e a falta de continuidade de programas e projetos podem comprometer a eficácia das iniciativas.

  • Aspectos Culturais e de Conscientização:

    • Desconhecimento sobre a desertificação: Muitas pessoas, inclusive nas áreas afetadas, não compreendem a gravidade do problema ou sua relação com as práticas humanas.

    • Resistência a novas práticas: Mudanças em métodos tradicionais de agricultura e pecuária podem encontrar resistência, mesmo que sejam mais sustentáveis.

    • Avanço do desmatamento ilegal: A demanda por lenha (inclusive para cerâmicas e olarias), o avanço da pecuária e da agricultura extensiva continuam sendo grandes vetores de desmatamento da Caatinga.

  • Desafios Técnicos e de Gestão:

    • Monitoramento e mapeamento: Acompanhar o avanço da desertificação em grandes áreas e em tempo real requer investimentos em tecnologias e equipes capacitadas.

    • Custos de recuperação: A restauração de áreas já degradadas pode ser cara e demorada, exigindo investimentos significativos e planejamento a longo prazo.

    • Escala das soluções: Muitas iniciativas são pontuais, e o desafio é expandi-las para uma escala que realmente reverta o processo em nível regional.

Exemplos de Sucesso em Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas no Brasil

Apesar dos desafios, há exemplos inspiradores de projetos e iniciativas que demonstram ser possível reverter a degradação e promover a convivência sustentável com o semiárido.

  • Tecnologias Sociais da ASA (Articulação Semiárido Brasileiro):

    • A construção de cisternas de placa para captação de água da chuva revolucionou a vida de milhões de famílias, garantindo acesso à água para consumo humano e, em alguns casos, para produção de alimentos. Essa tecnologia simples e replicável diminui a dependência de carros-pipa e melhora a segurança hídrica.

    • Barragens subterrâneas e barraginhas: Essas técnicas de armazenamento de água no solo, juntamente com o manejo da paisagem, têm contribuído para a recarga de aquíferos e a recuperação de pequenas áreas para agricultura.

  • Sistemas Agroflorestais (SAFs):

    • Diversos projetos têm implementado SAFs em áreas degradadas, integrando árvores nativas com cultivos agrícolas e criação de animais. Esses sistemas aumentam a resiliência dos ecossistemas, melhoram a fertilidade do solo, promovem a diversificação da produção e geram renda para os agricultores, enquanto recuperam a vegetação.

  • Projetos de Restauração da Caatinga:

    • O Nema (Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental) da UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco), por exemplo, tem desenvolvido pesquisas e ações práticas para a recuperação de áreas degradadas da Caatinga. Em 2022, o Nema recebeu um prêmio de "Caso de Sucesso" por seu trabalho, que inclui a semeadura manual de herbáceas e o plantio de mudas nativas com altas taxas de sobrevivência.

    • A Associação Caatinga desenvolve diversos projetos, como o "Restaura Caatinga", que implementa técnicas inovadoras para elevar a taxa de sobrevivência de mudas nativas e fortalecer redes comunitárias de conservação.

  • Iniciativas de Governança e Apoio Financeiro:

    • O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica é um exemplo de como a articulação entre ONGs, empresas e governos pode gerar resultados expressivos. Embora não focado exclusivamente em desertificação, ele mostra a força da colaboração para grandes metas de restauração florestal. Projetos como o "Caatinga Viva", apoiado por BNDES e Banco do Nordeste, buscam financiar iniciativas de restauração e manejo sustentável no bioma, que é um dos mais ameaçados.

  • Exemplo da comunidade de Salinas do Sacavém (MA):

    • Um projeto notável de recuperação de uma voçoroca (erosão profunda no solo) na comunidade de Salinas do Sacavém, em São Luís, Maranhão, demonstrou como a aplicação de biomantas (mantas biodegradáveis que auxiliam na fixação do solo e crescimento da vegetação) pode trazer resultados excelentes em poucos anos, restaurando a vegetação e estabilizando a área.

Esses exemplos mostram que, com investimento em pesquisa, tecnologia, participação comunitária e políticas públicas eficazes, é possível avançar no combate à desertificação, transformando paisagens degradadas em áreas produtivas e resilientes.

Excelente! Vamos explorar como cada um de nós pode fazer a diferença e como a tecnologia e a pesquisa são aliadas poderosas nessa batalha.

Como Cada Um Pode Contribuir no Combate à Desertificação

A desertificação é um problema global, mas as soluções começam localmente, com nossas escolhas diárias. Pequenas atitudes multiplicadas por milhões de pessoas têm um impacto enorme.

  • Economize Água no Dia a Dia: A escassez hídrica é um dos grandes pilares da desertificação.

    • No banho: Desligue o chuveiro ao se ensaboar.

    • Na cozinha: Não deixe a torneira aberta enquanto lava louça. Reaproveite a água da máquina de lavar para lavar o quintal ou o carro.

    • Na limpeza: Use balde em vez de mangueira para lavar calçadas e carros.

    • Jardim: Prefira plantas nativas que demandam menos água. Regue no início da manhã ou no fim da tarde para evitar a evaporação excessiva.

  • Consumo Consciente e Sem Desperdício:

    • Alimentos: Planeje suas refeições e compras para evitar o desperdício de comida, que gera resíduos e demanda recursos (água, solo, energia) para sua produção. Consuma produtos de época e, se possível, de produtores locais que geralmente têm práticas mais sustentáveis.

    • Produtos: Opte por produtos com menor pegada ecológica, que utilizem menos recursos naturais em sua fabricação e gerem menos resíduos. Reduza o uso de plásticos descartáveis.

  • Apoie a Agricultura Sustentável:

    • Sempre que puder, dê preferência a produtos orgânicos ou de agricultores que utilizam práticas de manejo do solo mais sustentáveis (como rotação de culturas, plantio direto, sem uso excessivo de agrotóxicos).

    • Apoie iniciativas de agricultura familiar e agroecologia.

  • Plante Árvores e Preserve a Vegetação:

    • Seja em seu quintal, em espaços públicos (com permissão) ou apoiando projetos de reflorestamento, plantar árvores ajuda a fixar o solo, aumentar a umidade do ar e do solo, e enriquecer a biodiversidade.

    • Denuncie desmatamento e queimadas ilegais.

  • Descarte Correto do Lixo:

    • Separe o lixo para reciclagem. Materiais recicláveis voltam para a cadeia produtiva, diminuindo a necessidade de extrair mais recursos naturais.

    • Faça compostagem de resíduos orgânicos. Isso reduz o volume de lixo em aterros e gera adubo natural para o solo.

  • Engajamento e Conscientização:

    • Compartilhe informações sobre a desertificação e suas soluções com amigos e familiares.

    • Apoie organizações e projetos que atuam no combate à degradação da terra.

    • Vote de forma consciente, escolhendo representantes que priorizem a agenda ambiental e o desenvolvimento sustentável.

O Papel da Tecnologia e Pesquisa no Combate à Desertificação

A tecnologia e a pesquisa científica são ferramentas indispensáveis para entender, monitorar e reverter a desertificação. Elas oferecem soluções inovadoras e baseadas em dados para um problema tão complexo.

  • Monitoramento e Mapeamento Inteligente:

    • Sensoriamento Remoto e Satélites: Tecnologias como imagens de satélite (ex: Landsat, Sentinel, PlanetScope) e drones permitem monitorar grandes áreas em tempo real. Elas fornecem dados sobre a cobertura vegetal, umidade do solo, temperatura da superfície e o avanço da degradação, ajudando a identificar áreas de risco e a acompanhar a efetividade das ações de recuperação.

    • Sistemas de Informação Geográfica (SIG): Essas plataformas integram dados de sensoriamento remoto com outras informações geográficas, permitindo análises complexas e a criação de mapas detalhados da vulnerabilidade à desertificação e do progresso da recuperação. O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da UFAL, por exemplo, é pioneiro no uso dessas tecnologias para mapear a desertificação no Semiárido brasileiro.

  • Melhora da Eficiência no Uso da Água:

    • Sensores de Umidade do Solo: Dispositivos eletrônicos instalados no solo medem a umidade em tempo real, indicando a quantidade exata de água que as plantas precisam. Isso evita o desperdício por excesso de irrigação e otimiza o uso da água, um recurso escasso em regiões áridas.

    • Irrigação de Precisão: Sistemas automatizados, como irrigação por gotejamento ou pivôs centrais com controle remoto, entregam água diretamente às raízes das plantas, minimizando perdas por evaporação ou escoamento.

    • Prognóstico Climático: Modelos avançados preveem padrões de chuva e seca, permitindo que agricultores e gestores planejem suas ações e o uso da água com antecedência.

  • Desenvolvimento de Cultivos Resilientes:

    • Engenharia Genética e Biotecnologia: Pesquisadores buscam desenvolver variedades de plantas mais resistentes à seca, à salinidade do solo e a doenças, adaptadas às condições de áreas em processo de desertificação.

    • Pesquisa de Espécies Nativas: Estudos identificam e valorizam espécies da flora nativa (como as da Caatinga) que são naturalmente resistentes às condições áridas, para uso em projetos de reflorestamento e sistemas agroflorestais.

  • Recuperação de Solos e Técnicas Agrícolas Inovadoras:

    • Biofertilizantes e Microbiologia do Solo: Pesquisas exploram o uso de microrganismos e biofertilizantes para melhorar a saúde e fertilidade do solo de forma natural, aumentando sua capacidade de reter água e nutrientes.

    • Agricultura Regenerativa: Tecnologias e conhecimentos sobre práticas agrícolas que buscam não apenas produzir, mas também recuperar a saúde do solo, aumentando a matéria orgânica e a biodiversidade.

    • Tecnologias de Captura de Carbono no Solo: Estudos exploram como práticas agrícolas específicas podem aumentar o armazenamento de carbono no solo, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e melhorando a qualidade do solo.

  • Plataformas de Conhecimento e Disseminação:

    • Bancos de Dados e Plataformas Online: O compartilhamento de dados e pesquisas em plataformas abertas facilita o acesso de agricultores, técnicos e formuladores de políticas a informações cruciais sobre as melhores práticas e tecnologias para combate à desertificação.

A união da sabedoria tradicional das comunidades locais com o avanço tecnológico e científico é o caminho mais promissor para reverter a desertificação e construir um futuro mais sustentável para as regiões afetadas.



Referências e leituras recomendadas


Terras produtivas transformadas em deserto ocupam área equivalente aos estados de SE e RN - A seca severa e prolongada no Nordeste está aumentando ainda mais um problema ambiental grave. - Por Jornal Nacional - 15/09/2018.

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/09/15/terras-produtivas-transformadas-em-deserto-ocupam-area-equivalente-aos-estados-de-se-e-rn.ghtml 


Daniel Lamir. Desertificação: Brasil elabora novo plano de ação diante de avanço de áreas áridas. 17.jun.2024. 

https://www.brasildefato.com.br/2024/06/17/desertificacao-brasil-elabora-novo-plano-de-acao-diante-de-avanco-de-areas-aridas/ 


Mário Agra .Desertificação aumenta no Brasil em meio a alerta da ONU sobre seca em escala planetária. 12/06/2024

https://www.camara.leg.br/noticias/1072212-desertificacao-aumenta-no-brasil-em-meio-a-alerta-da-onu-sobre-seca-em-escala-planetaria/ 


Para quem deseja se aprofundar no tema da desertificação no Brasil e entender mais sobre as pesquisas e iniciativas de combate, compilamos algumas referências e sugestões de leitura:

Órgãos Oficiais e Governamentais

  • Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA): O MMA é o principal órgão governamental responsável pelas políticas de combate à desertificação no Brasil. Em seu site, é possível encontrar documentos como o Plano de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil), relatórios e dados atualizados.

    • Sugestão de Busca: "MMA Desertificação Brasil" ou "PAN-Brasil".

  • Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA): A ANA possui estudos e dados sobre a disponibilidade hídrica e os impactos da seca, que estão diretamente relacionados ao processo de desertificação.

    • Sugestão de Busca: "ANA Seca Brasil" ou "ANA Recursos Hídricos Semiárido".

  • Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): A Embrapa Semiárido desenvolve pesquisas e tecnologias voltadas para a convivência com as condições climáticas da região e a recuperação de solos degradados.

    • Sugestão de Busca: "Embrapa Semiárido Desertificação" ou "Embrapa Tecnologias para o Semiárido".

Organizações Não Governamentais (ONGs) e Articulações

  • Articulação Semiárido Brasileiro (ASA): A ASA é uma rede de mais de 3.000 organizações da sociedade civil que atua na construção de um modelo de desenvolvimento rural para o semiárido, com foco em tecnologias sociais de captação de água e manejo sustentável. Seus materiais informativos e publicações são excelentes fontes sobre a convivência com a seca.

    • Sugestão de Busca: "ASA Brasil Cisternas" ou "ASA Brasil Semiárido".

  • Associação Caatinga: Essa ONG se dedica à conservação e restauração da Caatinga, bioma mais afetado pela desertificação no Brasil, desenvolvendo projetos de reflorestamento, educação ambiental e apoio a comunidades locais.

    • Sugestão de Busca: "Associação Caatinga Restauração" ou "Caatinga Viva".

Pesquisas Acadêmicas e Publicações Especializadas

  • MapBiomas: Essa iniciativa colaborativa gera mapas anuais de cobertura e uso da terra no Brasil, incluindo dados sobre o avanço da degradação e desertificação. Seus relatórios e dados são fundamentais para entender a dinâmica do uso do solo.

    • Sugestão de Busca: "MapBiomas Coleção Desertificação" ou "MapBiomas Degradação de Terras".

  • Artigos Científicos e Teses Universitárias: Muitas universidades brasileiras, especialmente aquelas localizadas no Nordeste (como UFPE, UFC, UFRN, UFAL, UNIVASF), possuem grupos de pesquisa dedicados ao estudo da desertificação, clima e ecossistemas semiáridos. Plataformas como Scielo e Google Acadêmico são ótimas para encontrar publicações.

    • Sugestão de Busca em plataformas acadêmicas: "Desertificação Brasil", "Degradação Semiárido" ou "Recuperação de Áreas Degradadas Caatinga".

  • Livros e Publicações de Referência:

    • "Ações de Combate à Desertificação no Brasil": Diversas publicações de órgãos como o MMA e a Embrapa abordam esse tema.

    • "Semiárido: uma visão holística": Publicações que reúnem diferentes perspectivas sobre a região semiárida brasileira e seus desafios.

Relatórios e Documentos Internacionais

  • Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD): O site oficial da UNCCD oferece relatórios globais, estudos de caso e informações sobre as conferências das partes, que abordam as estratégias internacionais e os avanços no combate à desertificação.

    • Sugestão de Busca: "UNCCD Brasil" ou "UNCCD Land Degradation".


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