Embora o plástico seja frequentemente alvo de críticas devido ao seu impacto ambiental, sua presença na sociedade moderna é muito mais complexa. Longe de ser apenas uma fonte de poluição, ele desempenha um papel crucial e, em muitos casos, salva-vidas em diversas áreas. Desde a medicina, onde o plástico isola dispositivos como marcapassos e permite o uso de seringas descartáveis que previnem a contaminação, até a segurança pública, com o desenvolvimento de coletes à prova de balas e equipamentos de proteção para bombeiros, o plástico se tornou um material indispensável. Seu uso em tecnologias de segurança, como cintos de segurança em veículos, também demonstra como suas propriedades únicas de durabilidade e leveza contribuem diretamente para a proteção e o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo. Desse modo, uma análise completa de sua relevância exige que consideremos não apenas seus desafios, mas também as inovações e os benefícios inegáveis que ele trouxe para a humanidade.
A partir do documentário History 101, Netflix, exemplos de benefícios da indústria dos plásticos e seus produtos:
Todo ano 600 mil pessoas devem suas vidas ao uso de plástico na medicina apenas com isolantes em marcapassos
Cintos de segurança diminuem em 45 % o risco de morte por acidentes trânsito.
30 mil pessoas são salvas por ano com desfibriladores e seus isolamentos só no Reino Unido
35 milhões de pessoas dependem de seringas descartáveis para diabetes
Mais de 10 milhões de pessoas usam aparelhos auditivos
Nomex e Kevlar, uso em vestuário de bombeiros e coletes à prova de balas (3100 policiais salvos por ano apenas no EUA)
“Um estudo recente na Revista de Higiene Ocupacional e Ambiental avaliou uma década de registros do banco de dados do FBI de Oficiais assassinados e agredidos (LEOKA) para determinar o efeito do uso do colete balístico na sobrevivência de ferimentos a bala no tronco.
O período do estudo foi de 2002-2011; Naquela época, 1789 casos foram relatados ao LEOKA. Quase três em cada quatro policiais foram baleados por uma arma de fogo, e cerca de metade desses policiais tiveram uma ferida no tronco. Depois de excluir casos com dados ausentes, o conjunto de dados total usado para análise consistiu em 566 casos.”
Andrady, A. L., & Neal, M. A. (2009). Applications and societal benefits of plastics. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 364(1526), 1977–1984. https://doi.org/10.1098/rstb.2008.0304
“Este artigo explica a história, de 1600 a.C. a 2008, dos materiais que hoje são chamados de "plásticos". Inclui os volumes de produção e os padrões atuais de consumo dos cinco principais plásticos básicos: polipropileno, polietileno, policloreto de vinila, poliestireno e tereftalato de polietileno. Descreve-se o uso de aditivos para modificar as propriedades desses plásticos e quaisquer problemas de segurança associados, em uso, para os materiais poliméricos resultantes. É feita uma comparação com as propriedades térmicas e de barreira de outros materiais para demonstrar a versatilidade dos plásticos. São descritos os benefícios sociais para a saúde, segurança, economia de energia e conservação de materiais, e são delineadas as vantagens específicas dos plásticos na sociedade. Também são descritas as preocupações relacionadas ao lixo e as tendências na reciclagem de plásticos. Por fim, apresentamos previsões para algumas das potenciais aplicações do plástico nos próximos 20 anos.”
Dilema do plástico
“Plástico é ótimo pois é durável.”
“Plástico é terrível pois é durável.”
A observação sobre a durabilidade do plástico ser, ao mesmo tempo, uma qualidade positiva e negativa, aponta para o cerne do seu dilema. Essa dualidade está diretamente ligada à sua inércia química relativa e à sua notável resistência à decomposição biológica.
A inércia química significa que o plástico não reage facilmente com outras substâncias, o que o torna ideal para embalar alimentos, armazenar produtos químicos e fabricar componentes duráveis. Essa mesma característica, no entanto, é o que impede que ele seja decomposto por microrganismos como bactérias e fungos. Ao contrário de materiais orgânicos, que servem de alimento para esses seres vivos e se decompõem rapidamente, as longas cadeias moleculares dos polímeros do plástico não são reconhecidas como fonte de energia, fazendo com que ele permaneça intacto no ambiente por centenas ou até milhares de anos.
Em suma, a durabilidade que torna o plástico um material tão valioso para a engenharia, a medicina e a segurança é a mesma propriedade que o transforma em um problema ambiental persistente, pois ele não se integra de volta aos ciclos naturais do planeta.
Extras
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Schwartz, J. (2025, 19 de agosto). Plastics Started as a Sustainability Solution. What Went Wrong? Scientific American.
("Plásticos iniciaram como uma solução sustentável. O que deu errado?")
O artigo argumenta que a indústria de plásticos teve origem em uma busca por alternativas sustentáveis para recursos naturais escassos, como o marfim.
A Origem Sustentável: A história do plástico começa com a criação do celuloide por John Wesley Hyatt em 1869, uma resposta a um concurso para encontrar um substituto para o marfim, usado em bolas de bilhar. Naquela época, a caça a elefantes e tartarugas para a obtenção de seus recursos estava esgotando suas populações. O celuloide, portanto, foi visto como uma solução de conservação.
A Mudança para Combustíveis Fósseis: Inicialmente, os polímeros eram feitos de materiais de base biológica (como algodão e soja). No entanto, a produção em massa na década de 1940 coincidiu com a transição para o uso de combustíveis fósseis como matéria-prima, que foram promovidos como um recurso abundante.
A Virada: O plástico, que era valorizado por sua durabilidade, começou a ser usado em itens de uso único, baratos de produzir. A promessa de que o plástico aliviaria a pressão sobre os recursos naturais não se concretizou. O artigo aponta que a demanda por marfim, por exemplo, não diminuiu com a introdução do celuloide, e a produção do celuloide, por sua vez, aumentou a demanda por outros recursos naturais.
A Crise Atual: Atualmente, a maior parte do plástico produzido não é tecnicamente reciclável e se acumula no meio ambiente, fragmentando-se em microplásticos. Esses microplásticos agora são encontrados em todos os lugares, do solo e da água aos tecidos de plantas, animais e até mesmo nos órgãos humanos. O artigo conclui que a solução original para um problema ambiental se tornou uma das maiores crises ambientais de nosso tempo.
2
Gemini da Google, resumindo o quadro da humanidade e seus plásticos:
1. A dualidade do plástico: O plástico é um material muito útil e essencial em muitas áreas, como na medicina (equipamentos cirúrgicos, EPIs) e na indústria de embalagens, onde ajuda a reduzir o desperdício de alimentos. Sua leveza também contribui para a diminuição da emissão de carbono em transportes.
2. O problema da poluição: Apesar de seus benefícios, a forma como o plástico é produzido, usado e descartado atualmente (modelo linear de "pegar, fazer, usar e descartar") tem um impacto ambiental significativo. Apenas uma pequena porcentagem do plástico produzido globalmente é reciclada, e a maior parte acaba em aterros sanitários ou no meio ambiente.
3. O impacto ambiental e na saúde: O plástico leva centenas de anos para se decompor e, com o tempo, se fragmenta em microplásticos. Esses resíduos poluem ecossistemas, inclusive os oceanos, e podem afetar a vida marinha e a saúde humana. A produção de plástico, que depende de combustíveis fósseis, também contribui para as emissões de gases de efeito estufa.
4. A solução da economia circular: Para combater a crise do plástico, é crucial mudar para um modelo de economia circular. Isso envolve:
Reduzir a demanda por plástico, especialmente o de uso único.
Incentivar a reutilização e o reabastecimento de embalagens.
Desenvolver materiais alternativos, como plásticos biodegradáveis.
Melhorar a infraestrutura de coleta e reciclagem.
Em essência, a discussão sobre "plásticos e sustentabilidade" vai além da simples reciclagem e destaca a necessidade de uma mudança sistêmica na forma como produzimos, consumimos e gerenciamos o plástico para mitigar seus impactos negativos.
Palavras-chave
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