terça-feira, 4 de novembro de 2025

Substâncias eternas

Substâncias eternas, produtos químicos eternos, no inglês tratados pelo jargão "forever chemicals", ou PFAS (substâncias perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas), são um grupo de produtos químicos sintéticos conhecidos por sua extrema persistência no meio ambiente e nos organismos vivos. Eles são chamados assim porque não se decompõem facilmente e podem permanecer em nosso corpo e no meio ambiente por décadas ou até séculos.


 


O que são PFAS?

Os PFAS são um grupo de mais de 5.000 substâncias químicas usadas em uma variedade de produtos devido às suas propriedades repelentes de água, óleo e gordura. Eles são encontrados em muitos itens do dia a dia, como: 

  • Utensílios de cozinha: frigideiras antiaderentes (como Teflon)

  • Embalagens de alimentos: caixas de pizza, embalagens de alimentos para viagem, sacos de pipoca para micro-ondas

  • Roupas e tecidos: roupas e calçados à prova de manchas e à prova d'água, carpetes, tecidos para móveis

  • Cosméticos: produtos para os olhos, bases, produtos para unhas

  • Espuma de combate a incêndio: usada em aeroportos e locais industriais

  • Outros produtos: produtos de higiene pessoal, equipamentos médicos, produtos de construção, equipamentos de proteção individual para bombeiros 

Diversos PFAS. [Glüge, 2020]

Riscos à saúde e ao meio ambiente

A exposição aos PFAS tem sido associada a uma série de problemas de saúde, incluindo: 

  • Câncer: alguns PFAS foram relacionados ao aumento do risco de certos tipos de câncer

  • Problemas reprodutivos: efeitos sobre a fertilidade e o desenvolvimento

  • Problemas no sistema imunológico: redução da capacidade do corpo de combater doenças

  • Doenças da tireoide: alterações na função da tireoide

  • Colesterol alto: aumento dos níveis de colesterol

  • Problemas de fígado: danos ao fígado 

Além dos riscos à saúde humana, os PFAS também representam uma ameaça ao meio ambiente. Eles podem contaminar o solo, a água e o ar, afetando a vida selvagem e os ecossistemas. 

O que pode ser feito para reduzir a exposição?

  • Evitar produtos com PFAS:
    optar por panelas com revestimento cerâmico ou ferro fundido, evitar embalagens de alimentos com revestimento resistente a gordura e escolher cosméticos sem PTFE (um tipo de PFAS). 

  • Filtrar a água:
    usar filtros de água que removem PFAS, especialmente se você vive em uma área com água potável contaminada. 

  • Informar-se sobre os riscos:
    aprender mais sobre os PFAS e como eles podem afetar sua saúde e o meio ambiente. 

  • Apoiar políticas de redução de PFAS:
    exigir legislação que limite o uso e a liberação de PFAS. 

A conscientização sobre os perigos dos PFAS e a adoção de medidas para reduzir a exposição são passos importantes para proteger nossa saúde e o meio ambiente.

Referências

Glüge, J., Scheringer, M., Cousins, I. T., DeWitt, J. C., Goldenman, G., Herzke, D., Lohmann, R., Ng, C. A., Trier, X., & Wang, Z. (2020). An overview of the uses of per- and polyfluoroalkyl substances (PFAS)†. Environmental Science: Processes & Impacts, 22(12), 2345–2373. https://doi.org/10.1039/D0EM00291G

Recomendação de leitura


en.wikipedia.org - PFAS - Futuramente a ser traduzido.


Palavras-chave


#SubstanciasEternas #PFAS #ForeverChemicals #SaudeAmbiental #PoluicaoQuimica #Conscientizacao #MeioAmbiente #Sustentabilidade #SaudePublica #Teflon #Embalagens #Cosmeticos #PanelasAntiaderentes

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Reflexões sobre reflorestamento e uso da madeira

O reflorestamento é frequentemente percebido como um processo simples de plantio de árvores para a produção de madeira serrada, celulose ou energia, mas essa visão é muito limitada. Na realidade, o setor é uma fonte de inovação e tecnologia, atuando como um pilar da biorrefinaria. Ele oferece uma gama impressionante de matérias-primas que, através de processos como a quimurgia e a pirólise, se transformam em produtos de alto valor agregado. Longe de ser apenas sobre "corte e replante", o manejo florestal moderno e a ciência da madeira exploram todas as partes da árvore e seus derivados — da lignina aos gases combustíveis — para criar biomateriais avançados e contribuir para uma economia mais sustentável e circular, desafiando a dependência de recursos fósseis e otimizando a captura de carbono. 


Limites do Uso Estrutural da Madeira

O uso da madeira na construção civil, principalmente em estruturas de grande porte, tem ganhado destaque. No entanto, existem limites. O principal deles é a durabilidade e resistência. A madeira pode ser suscetível a pragas, fungos e umidade, o que exige tratamentos específicos para garantir sua vida útil. Além disso, há limitações em relação à resistência ao fogo, embora a madeira maciça (CLT - Cross-Laminated Timber, por exemplo) possa carbonizar superficialmente, mantendo sua integridade estrutural por mais tempo do que se imagina. Por fim, a disponibilidade de madeira de qualidade, proveniente de manejo sustentável, é um fator limitante em escala global.

A Ilusão da Celulose como Absorvedora de CO2 Atmosférico

A ideia de que a indústria de celulose "absorve" CO2 pode ser um pouco simplista. É verdade que as árvores plantadas para a produção de celulose capturam carbono da atmosfera durante seu crescimento. No entanto, a maior parte desse carbono é liberada de volta quando o produto (papel, embalagens, etc.) é descartado e se decompõe ou é incinerado. O ciclo de "captura-liberação" é rápido e não contribui para um estoque permanente de carbono na mesma medida que uma floresta nativa de crescimento lento. A real absorção de carbono a longo prazo acontece quando a madeira é usada em produtos de longa duração, como móveis ou estruturas de construção, que "aprisionam" o carbono por décadas ou séculos.

Biocarvão (Biochar)

O biocarvão é um material poroso, rico em carbono, produzido pela pirólise (aquecimento na ausência de oxigênio) de biomassa, como resíduos florestais. Ele tem um enorme potencial para a agricultura e o meio ambiente. Quando adicionado ao solo, o biocarvão melhora a retenção de água e nutrientes, aumentando a fertilidade do solo. O mais interessante é que ele é extremamente estável e pode armazenar carbono no solo por centenas de anos, tornando-o uma das soluções mais promissoras para a remoção de carbono da atmosfera de forma duradoura.

Geração de Alcatrão Vegetal e Gás de Síntese

Durante o processo de pirólise da biomassa, que ocorre em alta temperatura e na ausência de oxigênio, a matéria-prima se decompõe, liberando uma fração gasosa e uma líquida, além do biocarvão sólido. A parte líquida é o alcatrão vegetal, também conhecido como bio-óleo, que é uma mistura complexa de compostos orgânicos. Esse alcatrão pode ser processado e purificado para se tornar uma fonte de biocombustíveis líquidos ou para a extração de químicos de alto valor agregado, como fenóis e aldeídos, que são usados nas indústrias química e farmacêutica.

A fração gasosa liberada, por sua vez, é composta por gases combustíveis como monóxido de carbono (CO), hidrogênio (H2​), metano (CH4​) e outros hidrocarbonetos leves. Essa mistura é chamada de gás de síntese (ou syngas) e tem uma grande importância. Ele pode ser queimado no próprio processo de pirólise para fornecer a energia necessária para o aquecimento, tornando o sistema autossustentável do ponto de vista energético. Além disso, o gás de síntese pode ser utilizado para gerar eletricidade em turbinas ou motores a gás. Em processos mais avançados, ele pode ser convertido em combustíveis líquidos sintéticos (como metanol) ou outros produtos químicos, ampliando ainda mais o leque de aplicações da biomassa.

O processo de pirólise, portanto, é uma plataforma versátil de biorrefinaria, onde a biomassa não é apenas transformada em biocarvão, mas também em fontes de energia renovável (gases e bio-óleo) e em blocos de construção para a indústria química. Essa abordagem integrada maximiza o valor da matéria-prima florestal e minimiza o desperdício, alinhando a produção de biocarvão com a busca por soluções mais sustentáveis e eficientes.

Derivados Diversos de Celulose

A celulose, que é o polímero mais abundante na Terra, é incrivelmente versátil. Além de papel e embalagens, ela é usada para produzir uma gama enorme de materiais. Pense em tecidos como o liocel (ou lyocell), que é uma fibra têxtil feita a partir da celulose da madeira. Outros exemplos incluem o celofane (para embalagens), nitrocelulose (usada em vernizes e explosivos) e carboximetilcelulose (um espessante usado em alimentos e cosméticos). A busca por substituir plásticos derivados de petróleo por alternativas de celulose é uma área de pesquisa e inovação muito ativa.

Quimurgia a Partir de Produtos de Reflorestamento

A quimurgia é a disciplina que estuda o uso de matérias-primas agrícolas ou florestais para a produção de produtos químicos e industriais. A partir de florestas plantadas, podemos extrair não apenas a celulose, mas também a lignina e a hemicelulose. A lignina, um subproduto da indústria de celulose, pode ser usada para produzir adesivos, resinas e até mesmo biopolímeros para a fabricação de plásticos de base biológica. Já a hemicelulose pode ser convertida em açúcares fermentáveis para a produção de biocombustíveis ou outros produtos químicos de alto valor agregado. É um campo que busca maximizar o aproveitamento da biomassa para além da produção de celulose.

Madeiras Tratadas e Supermadeiras

Para superar as limitações naturais da madeira, como a baixa durabilidade e resistência, novas tecnologias têm sido desenvolvidas.

  • Madeiras tratadas: A impregnação com produtos químicos (como sais de cobre) protege a madeira contra fungos e insetos, prolongando sua vida útil, especialmente em ambientes externos ou úmidos.

  • Madeiras termicamente modificadas: O aquecimento da madeira a altas temperaturas (na ausência de oxigênio) altera sua estrutura química, tornando-a mais estável, resistente à umidade e menos suscetível a pragas. É um processo mais ecológico do que o tratamento químico.

  • Supermadeiras: Materiais como o CLT e a madeira lamelada colada (glulam) são engenheirados para serem mais fortes e mais estáveis do que a madeira maciça. Eles são feitos a partir da união de camadas de madeira com adesivos, resultando em um material estrutural de alta performance.

Extra 


A startup americana InventWood desenvolveu um tipo de madeira chamada "Superwood", que é significativamente mais resistente que o aço e imune a condições climáticas adversas. Este material revolucionário, que pode substituir o aço e o concreto em diversas aplicações, está programado para chegar ao mercado ainda em 2025. 

A Superwood é criada a partir de madeira comum, mas passa por um processo de tratamento químico e compressão que aumenta suas propriedades mecânicas. 

  • Maior resistência que o aço:
    Superwood possui uma relação resistência-peso até 10 vezes superior à do aço e 50% mais resistência à tração, segundo o CIMM. 

  • Resistência a condições climáticas:
    É imune a apodrecimento, pragas e fogo (Classificação Classe A). 

  • Aplicações:
    Pode ser utilizada em construções, indústria automotiva, móveis, revestimentos, decks e muito mais. 

A Superwood promete revolucionar a construção civil, oferecendo uma alternativa sustentável e de alta performance para materiais tradicionais como aço e concreto, de acordo com o Florestal Brasil. - SearchLabs



Palavras-chave

#Reflorestamento #Bioeconomia #Sustentabilidade #TecnologiaFlorestal #Biorrefinaria #Biocarvao #Quimurgia #MadeiraEngenheirada #EconomiaCircular #Supermadeiras #Biooleo


domingo, 2 de novembro de 2025

Literatura sobre questões ambientais - 1

Uma relação de livros relacionados à questões ambientais.


A crise climática e a degradação ambiental são os grandes desafios do nosso tempo. Para enfrentá-los, precisamos de mais do que dados e notícias; precisamos de uma compreensão profunda das suas causas e consequências. A lista a seguir reúne obras que fornecem justamente isso: conhecimento para a mente e motivação para o coração. São leituras que servem como ponto de partida para a reflexão e, esperamos, para a ação concreta em direção a um futuro mais justo e sustentável para todos.


2a Edição


Entre clássicos e importantes


Angelo, Claudio. A Espiral da Morte 


https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9788535926859/a-espiral-da-morte 



“Um trabalho de fôlego e apuração detalhada que tenta desvendar como sobreviver às consequências nefastas do aquecimento global.


Neste livro vencedor do Prêmio Jabuti 2017, o jornalista Claudio Angelo viaja aos extremos da Terra para documentar os impactos da mudança climática. Numa mistura de reportagem, diário de viagem e relato científico, o autor mostra como o Ártico e a Antártida estão derretendo por causa das ações humanas e como isso impacta desde animais icônicos como os pinguins e os ursos-polares até os moradores de metrópoles brasileiras como Rio e Recife.

Numa narrativa divertida, que traduz a ciência do clima para o público leigo sem contornar sua complexidade, A espiral da morte passeia entre agricultores esquimós, ursos esfomeados, ambientalistas presos, marinheiros heróis, os interesses da poderosa indústria do petróleo e cientistas que arriscam suas vidas nos locais mais inóspitos do mundo para desvendar o quebra-cabeças do aquecimento global. Um livro indispensável para quem quer entender um dos maiores problemas da humanidade neste século.


Livro vencedor do Prêmio Jabuti 2017, na categoria Ciências da Natureza, Meio Ambiente e Matemática.”



Carson, Rachel. Primavera silenciosa.


https://pt.wikipedia.org/wiki/Silent_Spring 



“Um clássico da literatura ambiental é o livro “Primavera Silenciosa”, da bióloga e ecologista norte-americana Rachel Carson, publicado em 1962. Naquela época, não se discutia ecologia e preservação  como hoje, o que revela o pioneirismo da autora. No livro, Carson documentou o efeito negativo de pesticidas como o DDT (dicloro difenil tricloroetano) no ecossistema, principalmente em aves.  De acordo com suas pesquisas, o DDT tornava as cascas dos ovos desses animais mais finas, levando a problemas na reprodução e até à morte. A bióloga afirmou ainda que a indústria química, responsável pela produção desses pesticidas, costumava disseminar desinformação sobre esses químicos como forma de se proteger. 


Carson mostrou que o DDT se acumulava em tecidos gordurosos de animais (inclusive de seres humanos), podendo causar até câncer. Como o DDT era muito usado na época, a bióloga sofreu diversos ataques, o que levou o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, a comparar sua situação à intolerância sofrida pelo naturalista Charles Darwin quando ele publicou “A Origem das Espécies”. No entanto, o debate fez com que o DDT fosse banido em países como Suíça e Estados Unidos. Não à toa, “Primavera Silenciosa” é considerado por muitos um dos melhores livros de não-ficção do século passado.” 


https://guiadoestudante.abril.com.br/dossie-verde/cinco-livros-sobre-o-meio-ambiente-para-se-aprofundar-no-assunto/ 

 


Kolbert, Elizabeth. A sexta extinção: Uma história não natural.





“Uma obra que fala sobre ciência com uma linguagem acessível para o público leigo é “A sexta extinção: Uma história não natural”, da jornalista norte-americana e vencedora do Pulitzer Elizabeth Kolbert, publicado em 2015. No livro, a autora argumenta que estamos passando por um evento de extinção em massa, o sexto na história da Terra e o primeiro impulsionado pelas ações humanas. Para ilustrar os fatos, Elizabeth destrincha as histórias de diferentes extinções de espécies em decorrência da ação humana, sustentadas por entrevistas, relatos e descrições de viagens realizadas ao longo de quatro anos de pesquisa. 


De acordo com a jornalista, extinções em massa são eventos raros ao longo dos quais ocorre uma grande perda de biodiversidade. Desta vez, porém, trata-se de um fenômeno não natural, ocasionado pela humanidade e que levou ao sumiço de uma vasta gama de espécies pelo mundo. Como exemplo, ela afirma que, segundo estimativas, um terço de todos os tubarões e raias, um quarto dos mamíferos e um sexto dos pássaros estão em risco de desaparecer.”

https://guiadoestudante.abril.com.br/dossie-verde/cinco-livros-sobre-o-meio-ambiente-para-se-aprofundar-no-assunto/ 



Krenak, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo.




“O consagrado filósofo, ambientalista e líder indígena brasileiro Ailton Krenak lançou, em 2019, o livro “Ideias para adiar o fim do mundo”. Na obra, ele fala sobre como, com o passar dos séculos, a humanidade abandonou o contato e a harmonia com a natureza, deixando de respeitá-la. Para os indígenas, o meio ambiente e o homem são um só, e os elementos da fauna e da flora são tratados como se fossem pessoas. Desse modo, para o ambientalista, separar-se da natureza é sinônimo de deixar de ser um verdadeiro cidadão, o que levou à percepção da falta de sentido na vida moderna. Segundo ele, a sociedade hoje é um tipo de humanidade zumbi, que não tem mais prazer em viver.

“Somos alertados o tempo todo para as consequências dessas escolhas recentes que fizemos. E se pudermos dar atenção a alguma visão que escape a essa cegueira que estamos vivendo no mundo todo, talvez ela possa abrir nossa mente para alguma cooperação entre os povos, não para salvar os outros, para salvar a nós mesmos”, escreve. Daí a importância de não explorar o meio de forma predatória, mas sim respeitá-lo e preservá-lo.”


https://guiadoestudante.abril.com.br/dossie-verde/cinco-livros-sobre-o-meio-ambiente-para-se-aprofundar-no-assunto/


Singer, Peter. Libertação Animal.



“Em 1975, o filósofo australiano Peter Singer publicou o livro “Libertação Animal”. Na obra, Singer discorre sobre os direitos dos animais e critica duramente a forma como a humanidade os trata. Por meio de relatos sobre as atrocidades cometidas pela indústria agropecuária e em testes de laboratórios, o filósofo lança uma discussão ética e moral sobre a dor e o sofrimento infligidos aos animais pelo homem em nome de seus interesses pessoais. 


Singer critica ainda a supervalorização da humanidade e aponta para a necessidade de incluir animais na lista de seres que tratamos eticamente. O autor aponta ainda que discriminar animais negativamente faz tão pouco sentido quanto ter preconceitos contra outro ser humano com base na cor de sua pele. Para ele, os direitos dos animais deveriam se basear não em sua inferioridade intelectual em comparação com o homem, mas sim em sua capacidade de sentir dor. Desse modo, ele pede que repensemos o tratamento que dispensamos a esses seres, tão essenciais para o planeta e para a humanidade.”


https://guiadoestudante.abril.com.br/dossie-verde/cinco-livros-sobre-o-meio-ambiente-para-se-aprofundar-no-assunto/ 



Wallace-Wells, David. A Terra Inabitável – uma história do futuro. 

São Paulo: Companhia das Letras, 2019.



““A terra inabitável”, do também jornalista norte-americano David Wallace-Wells, lançado em 2019, é uma boa pedida para entender o debate sobre o meio ambiente nos dias de hoje. Por meio de uma bibliografia extensa, o autor comprova que já chegamos a um ponto irreversível no que diz respeito à mudança climática. De acordo com ele, acordos ambientais não têm sido respeitados e as ações implementadas não são suficientes para reverter o aquecimento global. 


A escalada da temperatura da Terra, argumenta Wallace-Wells, é exponencial, e não linear. Assim, não podemos tratar essa questão como se a destruição dos biomas naturais e os resultantes efeitos climáticos fossem problemas futuros; eles já chegaram. Em tom alarmista, mas racional, o jornalista cita informações como o fato de que, até 2050, a produção global de plástico terá triplicado, e haverá mais desse material do que peixes nos oceanos. É uma leitura assustadora, mas que dá ao leitor a precisa dimensão do problema que é a mudança climática, deixando a mensagem de que a hora de agir é agora.”


https://guiadoestudante.abril.com.br/dossie-verde/cinco-livros-sobre-o-meio-ambiente-para-se-aprofundar-no-assunto/ 


WILSON, Eduard Osborne. A criação – como salvar a vida na Terra. 

São Paulo: Companhia das Letras, 2006. 




"A Criação: como salvar a vida no planeta Terra", do biólogo e pensador Edward O. Wilson. No livro, Wilson, que é um humanista e evolucionista, faz um apelo (em forma de carta a um pastor evangélico fictício) para que a ciência e a religião se unam em um objetivo comum: a salvação do planeta Terra.

O autor do artigo destaca que, ao contrário do polêmico Richard Dawkins, Wilson é um diplomata que busca pontos de convergência. No entanto, o texto argumenta que a proposta de Wilson tem uma "retórica débil" e dificilmente terá sucesso, pois a ciência se baseia na dúvida e em evidências, enquanto a religião se fundamenta em dogmas e certezas absolutas.

O artigo menciona que a visão de domínio total da natureza, presente em algumas religiões abraâmicas, contribui para a desatenção com a ecologia. Wilson tenta persuadir o leitor religioso apresentando dados científicos sobre a biodiversidade (como a biomassa de formigas ser equivalente à de todos os humanos) e os fatores que levam à sua destruição (o acrônimo HIPSE: Habitat, Invasões, Poluição, Superpopulação e Exploração excessiva).

O texto conclui que a proposta de Wilson, embora moralmente nobre e bem recebida por cientistas, enfrenta a dificuldade de conciliar visões de mundo fundamentalmente opostas. A elite religiosa, ancorada em dogmas milenares, teria que abrir mão de sua "zona de conforto" para aceitar bases evolucionistas e humanistas, algo que o autor considera improvável. Para ele, seria necessário um ato de "abnegação e grandeza" de ambas as partes para que a união proposta por Wilson se concretize.

https://www.jornalopcao.com.br/opcao-cultural/para-o-cientista-edward-wilson-salvacao-da-terra-pode-estar-no-entendimento-entre-religiao-e-ciencia-98134/ 



SCRANTON, R. We´re doomed. 

Now what? Essays on war and climate change. 

Kindle Edition, published (July 17th 2018). 



"Um Orwell americano para a era Trump, Roy Scranton encara os fatos desagradáveis do nosso tempo com uma visão e honestidade ferozes. O livro We're Doomed. Now What? (Estamos Condenados. E Agora?) penetra no cerne da nossa época.

O nosso momento é de mudanças alarmantes e desconcertantes – o colapso da ordem global pós-1945, uma extinção em massa de múltiplas espécies e o começo do fim da civilização como a conhecemos. Ninguém é inocente, ninguém está seguro. E agora?

We're Doomed. Now What? aborda a crise do nosso tempo através de uma série de ensaios brilhantes, comoventes e originais sobre mudanças climáticas, guerra, literatura e perda, escritos por uma das mentes mais provocadoras e iconoclastas de sua geração. Seja escrevendo sobre navegar pelo Ártico em derretimento, preparar-se para a próxima grande tempestade em Houston, assistir a Star Wars ou retornar às ruas de Bagdá que ele patrulhou como soldado, Roy Scranton trata seus temas com a mesma abordagem elétrica, filosófica e popular que ele usou em seu inovador ensaio para o New York Times, 'Learning How to Die in the Anthropocene' ('Aprendendo a Morrer no Antropoceno')."

https://www.amazon.com.br/Were-Doomed-Now-What-Climate/dp/1616959363 


Roy Scranton. New York Times, 'Learning How to Die in the Anthropocene'. November 10, 2013

https://archive.nytimes.com/opinionator.blogs.nytimes.com/2013/11/10/learning-how-to-die-in-the-anthropocene/ 


Nossa tradução: Roy Scranton - Aprendendo a Morrer no Antropoceno 


Livros da área Ambiental


Mari Elizabete Bernardini Seiffert; Gestão Ambiental - Instrumentos, Esferas de Ação e Educação Ambiental; Editora Atlas 2009.


https://www.amazon.com.br/Ambiental-Instrumentos-Esferas-Educa%C3%A7%C3%A3o-Ambiental/dp/8522487154 


Reinaldo Dias; Gestão Ambiental - Responsabilidade Social e Sustentabilidade


www.amazon.com.br Gestao-Ambiental-Responsabilidade-Social-Sustentabilidade  


Relacionados


Casti, John.O colapso de tudo.


https://books.google.com.br/books/about/O_colapso_de_tudo.html





“O mundo moderno, tecnologicamente avançado e globalizado, adquiriu um grau de complexidade nunca visto na história da humanidade — porém seu equilíbrio é tão precário quanto um castelo de cartas. É o que o renomado cientista de sistemas John Casti expõe, de forma cristalina, em seu novo livro. Basta o empurrãozinho do inesperado para que a civilização como a conhecemos entre em pane, com consequências graves para o modo de vida a que estamos acostumados. Casti examina a probabilidade de ocorrência de eventos extremos (ou eventos X, como denomina) provocados pelo próprio homem, indo de um prolongado apagão na internet ao esgotamento dos combustíveis, de uma pandemia global à desativação de todos os aparelhos eletrônicos por um pulso eletromagnético. E o mais assustador, como aponta Casti, é que todos os eventos catastróficos apresentados no livro já aconteceram antes. “Um dos maiores pioneiros das simulações nos Estados Unidos.” London Times”


Sagan, Carl. Pálido Ponto Azul.

https://books.google.com.br/books/about/P%C3%A1lido_ponto_azul.html 



“Por que gastar fortunas com programas espaciais quando há tantos problemas aguardando solução a poucos metros de nossas casas? Para Carl Sagan, um dia o conhecimento do espaço poderá significar nossa sobrevivência como espécie. Pálido ponto azul revela como as descobertas científicas alteraram nossa percepção de quem somos e do lugar que ocupamos no Universo - e nos incita a refletir sobre o uso que iremos dar a esse conhecimento."Refinado, empolgante. Uma linguagem sem jargões, impregnada de humor e emoção. A visão otimista de Sagan ilumina todos os capítulos desse livro maravilhosamente ilustrado."Time Magazine"Sagan tem a capacidade de capturar a essência de um problema numa frase memorável ou numa citação reveladora. O livro todo é fascinante e de fácil leitura. Talvez a melhor obra de Sagan."The Washington Post Book World”


Um pouco de lazer é necessário


Solarpunk: Histórias ecológicas e fantásticas em um mundo sustentável 

 

ttps://www.amazon.com.br/Solarpunk-Hist%C3%B3rias-ecol%C3%B3gicas-fant%C3%A1sticas-sustent%C3%A1vel-ebook/dp/B00AVWEPLC 




“Imagine um mundo sustentável, movido por energias limpas e renováveis, menos agressivas ao meio ambiente. Agora imagine a humanidade sob o impacto dessas mudanças. É essa a proposta de "Solarpunk - Histórias ecológicas e fantásticas em um mundo sustentável", que após "Vaporpunk" e "Dieselpunk", fecha a trilogia de coletâneas de ficção especulativa organizadas por Gerson Lodi-Ribeiro. 


Mais otimista, vislumbrando um futuro esperançoso e desenvolvido, as noveletas de Solarpunk exploram desde o aproveitamento dos relâmpagos atmosféricos à produção de biocombustíveis via nanotecnologia. Grandes veleiros espaciais impulsionados pela pressão da radiação solar, o advento de humanos fotossintéticos, e como não há sociedade perfeita, até mesmo o terrorismo contra empreendimentos e governos verdes.


Nove autores de Brasil e Portugal imaginam esse futuro surpreendente: Carlos Orsi, Telmo Marçal, Romeu Martins, Antonio Luiz M. C. Costa, Gabriel Cantareira, Daniel I. Dutra, André S. Silva, Roberta Spindler e o organizador Gerson Lodi-Ribeiro.


O sol de um futuro sustentável está nascendo, conheça o mundo verde e brilhante de Solarpunk.”